A bomba centrífuga é o equipamento mais usual para transferência de líquidos, desde aplicações domésticas, até inúmeros processos envolvendo bombeamento a altas vazões na atividade industrial.
Através de impulsores, a bomba transfere energia centrífuga para o fluido, gerando uma pressão de sucção que produz o fluxo de bombeamento a altas velocidades.
Sendo bastante populares, há uma tendência imediatista em querer resolver todo problema de bombeamento com bombas centrífugas. Para transferências com fluidos limpos, de densidade próxima à da água e pouco agressivos quimicamente, bombas centrífugas comuns atendem sem nenhuma dificuldade.
Ocorre que a maioria das transferências de líquidos em processos industriais está longe dessa situação ideal: seja no bombeamento de químicos agressivos, seja na transferência de líquido carregado de partículas sólidas como água de minas, seja no descarregamento de caminhões de glucoses, ou no bombeamento de fluidos com alta concentração de gases diluídos, a maioria das aplicações industriais de bombeamento requer um tipo de bomba especializada, que pode ser uma bomba positiva, ou ainda alguma bomba centrífuga com características especiais, para superar as dificuldades da aplicação.
Uma bomba centrífuga trabalha transferindo energia cinética para o fluido e transformando-a em energia potencial, seja esta de posição ou, mais frequentemente, de pressão no bocal de descarga da bomba. Esta ação é realizada empregando os conceitos do Princípio de Bernoulli.
Acionada mecanicamente por um eixo rotativo, a rotação do rotor da bomba transfere energia para o fluido através das palhetas do rotor. O fluido presente na sucção entra no olho do rotor – uma cavidade de diâmetro menor, interna – a partir de onde escoa em direção ao diâmetro externo pelos canais formados entre as palhetas do rotor. O fluido deixa o rotor com considerável velocidade absoluta a parcela de energia cinética – que deve ser convertida em energia potencial de pressão. Isto é realizado nas partes não rotativas.
A forma mais frequente de recuperação de energia nas partes não rotativas é uma carcaça com formato espiral, conhecido como voluta, que termina em um bocal de recalque. Uma outra forma usual de dispositivo recuperador de energia é uma série de palhetas estáticas, chamada de difusor. O difusor com palhetas pode ser seguido de um canal de retorno – dirigindo o fluido a outro rotor – ou a um coletor espiral, muito semelhante a uma voluta.
A energia transferida pela bomba centrífuga ao fluido é função do diâmetro do rotor, da rotação de acionamento e do projeto do rotor. Se a descarga requer uma energia ainda mais alta que a fornecida pela bomba ao fluido, não há escoamento: o fluido é somente pressurizado.
Uma bomba centrífuga necessita ser selecionada com vistas a uma aplicação: a simples instalação de uma bomba centrífuga qualquer em uma instalação hidráulica não garante o funcionamento da instalação. A aplicação requer adequação entre a bomba instalada, o sistema de tubulações empregado e do manancial supridor do fluido bombeado.